domingo, 27 de maio de 2007

(continuação - parte final)

As matérias citadas nos posts acima são o melhor exemplo de mídia oportunista, e claro, contraditória.
Não me julgue, se você leu e concordou com as palavras ditas por eles tudo bem. Eu concordaria até pouco tempo atrás também. Mas passei a observar melhor as situações, e aqui descrevo o meu ponto de vista. E não sou hipócrita, para ter essa minha opinião tive de ler (e reproduzi!) esses textos do qual sou contrário, porém deixo explicito minha opinião sem nenhuma ofensa pessoal ou idealista. Cada qual na sua, afinal um depende do outro. Eu dependo deles para discordar e vice-versa.

Segundo os textos publicados aqui (e os demais em circulação na mídia), mostro como uma idéia é mobilizada. Querem, sem duvida alguma, caracterizar os ocupantes da USP como filhos da classe média, sem futuro e sem alguma ideologia. Mas o que mais me incomoda são os julgamentos contraditórios de que os estudantes da universidade pública são privilegiados, como se fossem algum tipo de oportunistas roubando o lugar de outras pessoas. E ainda por cima afirmam que “cavalo dado não se olha os dentes”.

Todo estudante da USP paga impostos, da mesma forma que o resto da população. Para estarem lá, passam pelo mais disputado vestibular do país. Conseqüentemente, só os mais preparados são aprovados. Os textos os culpam por serem preparados e por terem condições de se preparar!

Porque ao invés de julgar erroneamente esse caso, os tais “jornalistas” não cobram do governo um ensino público melhor? Para que os adolescentes vindos da educação pública tenham as mesmas chances que os da rede privada? Ou será que o próximo artigo deles será impondo que não sirvam mais merendas nas escolas públicas, afinal, “o que essas crianças darão de retorno?”, ou a favor de deixar idosos morrendo na fila do SUS, “afinal, o que esses idosos darão de retorno para a população?” ou que “eles só querem remédio de graça!”.

A população carente, da rede publica de ensino, não tem chances no vestibular da USP, salvo alguns casos. Logo que terminam o colégio (e se não o abandonaram antes já é uma grande coisa) vão a procura de trabalho, e são submetidos a profissões como telemarketing, que aprisiona o jovem, pois um dos requisitos é a mobilidade de horário, portanto ele não pode estar estudando, e ainda vive uma rotina estressante, em rotinas 5x1 em troca de um misero salário. Mas, é a única oportunidade disponível para pessoas jovens, sem experiência e pobres.
Pergunto quem são os oportunistas da história...


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