domingo, 27 de maio de 2007

Continuação.
Roteiro de leitura: Veja, 30 de maio, página 62, artigo de Gustavo Ioschpe, economista (?).
Titulo: “O deboche dos privilegiados da USP”.
Em destaque: “Se os estudantes uspianos não estão satisfeitos com as medidas implementadas pelos legítimos defensores do poder público, que dialoguem ou peçam transferência para escolas privadas.”

* Eles não estão dialogando? Ou dialogar para esse economista é aceitar, submissão e coisas do tipo?
Se o posto de saúde não tem o remédio para a sua doença terminal, vá trabalhar e ganhar dinheiro para comprar na farmácia, VAGABUNDO! (como diria Kassab).

“Os alunos da USP são os mais afortunados do país. Estudam gratuitamente naquela que provavelmente é a melhor universidade brasileira, mesmo quando oriundos de famílias dotadas de amplíssimas condições de pagar por seus estudos.”

“Não bastasse esse subsidio direto, ainda contarão com as benesses oriundas da posse de um diploma de ensino superior em um país de iletrados.”

“Seria de esperar que os recipientes de tamanhos benefícios se sentissem compungidos a procurar maneiras de retribuir á sociedade pela generosidade dispensada em sua formação intelectual.”

“... a USP não é propriedade dos alunos, nem dos professores, nem dos funcionários: é do povo de São Paulo. Povo esse que elege democraticamente seus representantes para fazer cumprir a sua vontade.”

Agora, na edição da Veja São Paulo, vamos a matéria de capa CAOS NA USP - Como um pequeno bando de estudantes instalou a balbúrdia na maior e mais importante universidade brasileira -.

“Estão brincando com fogo” é o que alerta a reportagem. Destaque da matéria: “Com baderna (?) e reivindicações oportunistas, uma inexpressiva parcela dos 80.600 alunos da USP mancha a imagem da maior e melhor instituição de ensino do país”. Responsáveis pela reportagem: Álvaro Leme, Maria Paola de Salvo e Sandra Soares. A matéria não vale o tempo de ser reproduzida aqui, mas segue a mesma reivindicação da rádio CBN, que cobra medidas do governador para que imponha respeito nesses agitadores da forma que é necessária.

De acordo com o Reinaldo Azevedo (que deu o titulo “Remelentos e Malfadinhas da USP”) “Os paulistas pagam até a comida dos privilegiados” . O mesmo ainda afirma: “Vou aplaudir o Estadão deste domingo, com um cardápio de notícias realmente dos melhores, e também puxar a orelha da edição. Há duas reportagens imperdíveis sobre a USP.”

“A USP se transformou numa espécie de INSS, e os valentes que invadiram a reitoria acham que isso ainda é pouco. Em qualquer universidade do mundo, americana, cubana ou chinesa, o ensino está reservado aos mais aptos”

“Dêem-me uma boa razão para que os paulistas paguem para que uma parcela de privilegiados coma de graça. O que eles devolverão, depois, a esta mesma sociedade?”

Nojento ou não?

(continua...)

Um comentário:

Anônimo disse...

Noooossa! Zé, parabéns pela síntese de td que tá acontecendo!É estupidamente nojento o tratamento que a mídia está dando à nossa 'luta'. Faço USP e estou indo de vez em quando à ocupação, apóio inteiramente a causa e me sinto enojada com a abordagem da mídia. Não temos direito de lutar por melhorias porque já passamos no vestibular e num país de 'grotões' isso já está muito bom. Meu deus, que país horroroso é esse? Se eles acham que a luta da classe média não é válida porque não é de miseráveis, por que tbm não páram de detonar o movimento mst ou outros movimentos populares? Td isso é para invalidar nossas reivindicações e não tornar estes movimentos 'carismáticos' para aqueles que tbm estão insatisfeitos com algo. É por estas e outras que o Brasil não vai pra frente.